17 de janeiro de 2009

Asas


Estarei voando enquanto asas tiver.
Sobre as nuvens olhando as coisas se movendo lá de cima, sentindo o calor do sol tão quente quanto o ninho de um beija-flor. Estarei cantando minha felicidade de estrela em estrela ou sentada num arco-íris, enquanto força e apenas uma asa me restar.
Quero ficar, quero dançar em cima de um balão colorido e lavar minha alma com a chuva que de lá vai cair. Voando e sonhando sem parar, num ritmo constante e um coração acelerado que chora por um segundo que seja de alegria. Vou saudar os anjos, ouvir seus sinos, e sem querer adormecerei no meio da noite em uma lua ou vento qualquer que me leve mais além. Bem mais alto.
Enquanto asas tiver, voando sobre o céu cinzento ou estrelado, estarei feliz, inteira e completa. Assobiando minhas melodias barulhentas, com fome da vida e saudades de você. Quero ficar e
contemplar do raiar do dia ao pôr-do-sol, minha maior fantasia.

...E espero não estar alto demais, quando você decidir me enxergar.


13 de janeiro de 2009

Estamos Girando


Pude sentir o cheiro da chuva caindo naquela tarde de verão. Foi como voltar no tempo. Estive com amigos, sabendo que de muitos nunca mais verei. Revivi paixões, ao ponto de me derreter outra vez. E talvez alguns até voltem. Mas trago a certeza que irei afastá-los sem querer. Também pudera, sempre encarei os sentimentos como uma raiz quíntupla, e além do mais o amor é bem complicado. Quanto mais se tenta entender, menos encontra, ou encontra tudo de uma só vez.
Estive pensando em voltar, tenho saudades dos bolinhos de milho e vontade de balançar o galho daquela árvore, só pra ver os pingos caírem. Fantasiar uma ''chuva de verão''. Às vezes essa falta me vem debochada. Bem que tento expulsá-la, mas acho que preciso ser um pouco mais rude.
Essa sensação de que estamos sempre girando, e que tudo está mudando, se transformando a cada segundo. Saber que eu não sou mais aquela menina desnorteada de cinco anos, que adorava o Doug Funny e sonhava em cantar como a Madonna. É, eu achava divertido o caminho de volta pra casa. Tudo bem que eram apenas dez minutos, mas a verdade é que eu gostava de ir chutando uma pedrinha e isso transformava os dez em três. Sim, o tempo sempre voa quando se quer que ele estanque. Tanto é que eu cresci, deixando pra trás aquilo que me fazia feliz, sem perceber. E Talvez agora, meus olhos continuem jovens como antes. Não tem jeito, estamos girando.

12 de janeiro de 2009

Dessa estrada

Estranho mesmo é saber que ela existe e que dela nada se sabe. A não ser que você tenha um amigo pai guru, mas mesmo assim, eles nem sempre acertam. A minha estrada não deve ser tão longa e muito menos cheia de flores. Agora eu só vejo uma grande grama verde. Daquelas que vc deita e depois fica se coçando, afinal toda grama é assim. Principalmente para aqueles que tem a pele ''fresca'' que nem a minha. No final, pelo menos no final deve haver algumas flores, lírios de preferência. É uma das mais antigas e também bonitas. Significa: Inocência, pureza, paz, doçura, proteção. Essas coisas que todo mundo quer. Elas também tem algo misterioso relacionado ao amor. É um belo presente, bem significativo, diria. Pois bem,há muito tempo ninguém cruza a minha estrada, ela anda monótona e eu penso que aparar a grama poderia motivar alguém a se arriscar. ''ARRISCAR'' Ora, mas o que tem de tão arriscado em algumas bolinhas vermelhas pelo corpo? Se bem que esperar nunca foi a melhor solução. Então quem sabe um dia ou outro, eu saia atrás de flores por algum jardim alheio?
Uma tarde, eu estava deitada na minha grama verde sonhando. Acordada, porém sonhando. O céu não tinha nuvem, e posso dizer que aquilo sim é que era um belo tom de azul.No meio desse sonho, um passarinho pousou sobre minha barriga e disse que o melhor que se pode ter na vida, é apenas saber que ela existe. Querendo ou não, ela existe. Disse que temos duas opções, ou se vai até o fim, ou até o fim se vai. Esteve voando pela minha estrada, mas das flores nada falou. Nem se eram lírios ou margaridas. Disse apenas de forma graciosa: - É como se fosse passado, presente e futuro. Como uma despedida num encontro sem volta. Sorriu, abriu suas asas e se foi.