26 de setembro de 2009

Do silêncio que me acompanha

Aquilo que o vento leva e faz voar pra longe. Daqueles que voltam com o tempo e choram de saudade. Dessas estações lentas, que os contemporâneos costumam chamar de épocas. Das vezes em que o sol se pôs mais cedo e os corações sentiram medo. E voando talvez encontre o dia em que perdi o ritmo dos meus passos, apenas por querer chegar mais rápido a aquilo que eles chamam de amor. Daquela chuva que fez acalmar os ânimos. Das vozes que me saíram sem querer, sem saber que eram em vão. E foi tudo em vão até encontrar você. Dos enfeites que usei, das roupas que rasguei pra chamar atenção. Dos versos sem graça ensaiados no espelho, da emoção que tremia em minhas mãos. Aqueles que vem, outros que foram e fulanos que nem são, agora fazem sentido. Das músicas sem som, dos caminhos cheios de pedra. Desse ‘’siga e pare’’ .

É esse o silêncio que fala por mim agora.


9 de setembro de 2009

Hoje eu descanso nos braços da sua saudade

Eram piadas sem graça que eu escutava repetidas vezes. Era um brilho nos olhos, torradas fumaçando como uma locomotiva a vapor. Os dias pareciam diferentes, talvez pelos ares de dezembro, ou pelos passeios no início da manhã. Foram os mais sonolentos e melhores banhos de sol da minha vida. Não tem como resumir. É grande, leve demais.
Hoje os braços da sua saudade me trouxeram até aqui. Meus pés deixaram levemente o chão e quase pude ver sua luz. O sorriso mais sereno, o tempo encantando que custou a terminar. Não é difícil perceber que sem você, o mundo fica mais sozinho. As canções de ninar perdem o tom e vestidos longos já não caem tão bem.
Não são palavras tristes, são lembranças de um sorriso sincero, que me encantou desde do meu primeiro segundo de vida. Justo hoje sua ausência me mostrou um-terço do seu jardim e pude entender que a saudade que trago comigo,me faz enxergar suas flores. Trouxe a certeza de que você estará guardada em minha memória, enquanto existir vida dentro de mim.

Minha avó...
...minha amiga.