1 de agosto de 2010

(...)


Então o mundo resolveu girar ao seu redor, e dane-se eu, e dane-se tudo. Eu mesma fiz, e tudo o que fiz não foi sem querer. Procurei o barraco mais alto, o mais distante, aquele cercado por uma porção de silêncio. Fiz nossa paz, uma película fina, quase invisível. Feita de momento, feita para nós. De lá eu via o relógio comendo o tempo, e de momento em momento nossa paz virando pó. Era tudo tão previsível. Você já sabia, o nosso caso foi feito com um pequeno prazo de validade. Caso! Falando assim vem uma idéia de flerte, uma noite apenas, namoro de esquina. E eles, sabendo do que houve entre em nós, chamariam exatamente assim: Caso. Claro, apenas eu e você sabemos o tamanho da força que nos fez cometer essa loucura (Loucura? Desisto de tentar nomear).


Um momento caro, acho que vou vender as calças e tentar pagar. Vou tentar apagar você também. Eu preciso da minha paz de volta. Não me leve a mal, eu nunca consegui te entender, mas a sua presença sempre me trouxe a sensação de férias.


Queria ter você comigo, mesmo que fosse como uma comida estragada. Ou aumentar nosso prazo, ou diminuir nossa distância. Porém no máximo, o que eu posso fazer é relembrar você.