Aquilo que o vento leva e faz voar pra longe. Daqueles que voltam com o tempo e choram de saudade. Dessas estações lentas, que os contemporâneos costumam chamar de épocas. Das vezes em que o sol se pôs mais cedo e os corações sentiram medo. E voando talvez encontre o dia em que perdi o ritmo dos meus passos, apenas por querer chegar mais rápido a aquilo que eles chamam de amor. Daquela chuva que fez acalmar os ânimos. Das vozes que me saíram sem querer, sem saber que eram em vão. E foi tudo em vão até encontrar você. Dos enfeites que usei, das roupas que rasguei pra chamar atenção. Dos versos sem graça ensaiados no espelho, da emoção que tremia em minhas mãos. Aqueles que vem, outros que foram e fulanos que nem são, agora fazem sentido. Das músicas sem som, dos caminhos cheios de pedra. Desse ‘’siga e pare’’ . É esse o silêncio que fala por mim agora.